2013: o ano em que a água pode deixar de ser nossa
por Ana Azevedo
O processo de privatização da água avança em Portugal e na Europa sob o olhar aprovador da União Europeia. A 25 de Janeiro foi aprovada a proposta do PSD e do CDS-PP que viabiliza a concessão de sistemas multimunicipais de águas e de saneamento a entidades privadas. «A Água É de Todos» é o mote de uma das campanhas portuguesas mais activas contra a privatização da água, que agrega mais de uma centena de organizações e movimentos, das quais fazem parte várias câmaras municipais e juntas de freguesia, estando em curso uma recolha de assinaturas para apresentar à Assembleia da República uma iniciativa legislativa de cidadãos. Entretanto, o Movimento pela Água criou uma petição pública lançada na internet para que seja feito um referendo, com recolha de assinaturas até dia 21 de Março, Dia Mundial da Água.



Assinalando a manifestação de professores no dia 26 de Janeiro, ouvimos aqui as queixas e aspirações de 6 professores acerca do estado da Escola actual. O mal-estar é claro e reconhecido. Pedimos-lhes para que descrevessem o respectivo percurso profissional, as reivindicações mais importantes segundo o ponto de vista de cada um e, finalmente, que tipo de alternativas seriam possíveis pôr em prática para o ideal funcionamento do ensino em Portugal. Salienta-se a ideia de que o ensino foi essencialmente derrotado pelas finanças. E as medidas recentemente tomadas pleo Governo só prejudicam a qualidade da educação, o quotidiano das escolas, a democracia e o futuro dos jovens.
A Iniciativa Legislativa de Cidadãos que propõe uma Lei Contra a Precariedade chega ao plenário da Assembleia da República, onde vai ser discutida no dia 25 de Janeiro 2013. Mais de um ano depois de ter sido entregue no parlamento - encetada por vários movimentos sociais, entre os quais o M12M e os Precários Inflexíveis - esta proposta vai ser discutida e votada pelo conjunto dos deputados e deputadas. Esta grande mobilização cidadã, com a subscrição por cerca de 40 mil pessoas, terá finalmente uma resposta que poderá, ou não, garantir a aprovação de legislação que combate a precariedade.
Segundo noticia o jornal O Ribatejo, começaram ontem a ser julgados, no Tribunal de Coruche, o dirigente da União dos Sindicatos do distrito de Santarém, o presidente da Junta de Freguesia do Couço e dois elementos da comissão de utentes do Couço, sob a acusação de terem promovido uma manifestação não autorizada e de desobediência à autoridade, num protesto realizado pela população de Santa Justa, na freguesia do Couço, em Dezembro de 2011, contra a falta de condições de segurança da ponte sobre o rio Sorraia e para reivindicar a realização de obras urgentes de forma a evitar que ali aconteça uma tragédia. “Afinal, não só não se fizeram as obras na ponte, como acabamos por ser julgados por reclamarmos as obras”, declarou o presidente da Junta de Freguesia do Couço, Luís Ferreira.
Multiplicam-se os projectos de informação alternativos, sobretudo nos países do sul da Europa. Os despedimentos em massa de jornalistas e a carência de informação independente motivam os profissionais da comunicação a aventurarem-se por trilhos ainda pouco experimentados. Os resultados positivos começam a saltar à vista e a revelar possíveis soluções.
Fomos para a rua na véspera de Natal. Tínhamos como objectivo conhecer as condições que os sem-abrigo vivenciavam nesta data especial. Começámos pela associação Coração da Cidade, passámos pela Remar, e acabámos à conversa com João Lourenço, um sem-abrigo bem conhecido de muitos portuenses.
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