por LA
Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, 12 de Novembro, em diversos pontos de Lisboa, para protestar contra a visita a Portugal da chanceler alemã, Angela Merkel.
Os protestos dispersaram-se por diferentes manifestações, cujos horários foram alterados na semana anterior em função do ajustamento do percurso divulgado pelas autoridades.
Um dos protestos centrou-se em Belém desde manhã, perto da residência oficial do Presidente da República, onde a chanceler alemã viria a ser recebida mais tarde.
Toda a zona entre este palácio e o CCB-Centro Cultural de Belém, onde decorria um encontro entre empresários portugueses e alemães, esteve vedada ao trânsito e à passagem de peões.
Outro protesto, convocado pelo grupo ”Que se lixe a troika” partiu do Largo do Calvário e encaminhou-se pela Avenida da Índia até à Praça do Império (Palácio de Belém), sob o lema “A Merkel não manda aqui!”. Este desfile recebeu também o apoio de outros movimentos, grupos e partidos políticos como os estivadores, os precários inflexíveis, o Bloco de Esquerda e o PCTP/MRPP que se juntaram à marcha.
A CGTP, por seu lado, convocou uma manifestação que teve início no Largo de Camões e seguiu até São Bento, gritando "contra a política de subserviência defendida por Passos e Portas", na "visita colonial da chanceler alemã!".
Antes do CCB, a chanceler almoçou no Forte de São Julião da Barra em Oeiras, onde alguns manifestantes também estiveram, obrigando a um cordão policial para impedir eventuais distúrbios.
Em Belém, ao fim da tarde, as barreiras de protecção acabaram por ser derrubadas, as forças policiais reforçaram posições e os manifestantes queimaram bonecos com a figura da Merkel vista como representante do nazismo alemão.
Outras acções de protesto que anteciparam a vinda da chanceler alemã, foram a colocação de panos negros em várias estátuas de Lisboa e do Porto. Um grupo intitulado “Exércico de Dulbledore” colou cartazes vários nas carruagens de metropolitano em Lisboa.
No mesmo dia nasceu ainda o jornal de parede O Espelho que foi colado nas ruas de Lisboa. Vários murais e graffitis anteciparam esta recepção de más-vindas populares à governante alemã, que é vista como causadora da austeridade a que o país é forçado.