Cidadãos organizam manifestações em 25 cidades para 2 de Março
por Mariana Marques
Sob o lema «Que se lixe a troika, o povo é quem mais ordena!», foram convocadas, através do Facebook, manifestações em 23 cidades do país e duas no estrangeiro. Em Lisboa, juntam-se ainda três denominadas «marés»: de Reformados, da Educaçao e da Saúde. Os organizadores desta iniciativa afirmam que o Orçamento de Estado de 2012 e as novas propostas do FMI vão «contra os direitos do trabalho, contra os serviços públicos, contra a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde, contra a cultura», conduzindo à precariedade, ao desemprego, à fome, à emigração. Vão ainda mais longe, dizendo «não aguentamos mais o roubo e a agressão», exigindo a demissão do governo e «que o povo seja chamado a decidir a sua vida».

A Plataforma 15 de Outubro convocou uma manifestação para quarta-feira, 30 de Janeiro às 18 horas, frente à sede do FMI em Lisboa, sob o lema «Vem ao FMI mostrar quem manda aqui!». Eis as razões que motivam este protesto: «Depois da aprovação de um orçamento de Estado que irá condenar milhares de pessoas à fome e à miséria, o FMI avança com mais um conjunto de recomendações que consistem em mais despedimentos, cortes nos salários, cortes na saúde e cortes na educação». E perguntam: «Mas afinal quem é que manda aqui? O FMI? Quem é que decide os salários? Os banqueiros?»


Segundo noticia o jornal O Ribatejo, começaram ontem a ser julgados, no Tribunal de Coruche, o dirigente da União dos Sindicatos do distrito de Santarém, o presidente da Junta de Freguesia do Couço e dois elementos da comissão de utentes do Couço, sob a acusação de terem promovido uma manifestação não autorizada e de desobediência à autoridade, num protesto realizado pela população de Santa Justa, na freguesia do Couço, em Dezembro de 2011, contra a falta de condições de segurança da ponte sobre o rio Sorraia e para reivindicar a realização de obras urgentes de forma a evitar que ali aconteça uma tragédia. “Afinal, não só não se fizeram as obras na ponte, como acabamos por ser julgados por reclamarmos as obras”, declarou o presidente da Junta de Freguesia do Couço, Luís Ferreira.
Uma marcha lenta de protesto na Estrada Nacional 125 (EN125), no Algarve, assinalou um ano de portagens na Via Infante de Sagres (A22), no sábado passado, dia 8 de Dezembro, e a continuação da luta contra as portagens, que a Comissão de Utentes da Via do Infantes (CUVI) classifica como uma injustiça que contribui para asfixiar a economia da região. Além disso «as portagens fizeram aumentar os acidentes na EN125, alguns dos quais, com o registo de mortes». Em memória destas vítimas os automóveis fizeram uma paragem no trajecto, momento em que a GNR reagiu com «agressividade» para com os manifestantes. A comissão promoveu também um debate sobre o tema, de que resultou uma moção que será apresentada ao Governo e a outras autoridades.
Cerca de mil bombeiros profissionais de todo o país manifestaram-se esta terça-feira, dia 20 de Novembro, em Lisboa para exigir ao Governo o reconhecimento da classe e para reivindicar o reforço de efectivos nas corporações profissionais. Com greve marcada para 27 de Novembro, rejeitam os cortes e o cancelamento dos ingressos e progressões na carreira. E alertam que “o socorro é deficiente” nalgumas cidades.