Trabalhadores ocupam hospital em Madrid contra privatização

02-11-2012

Os trabalhadores do Hospital Universitário de La Princesa, em Madrid, encerraram-se hoje, sexta-feira 2 de Novembro, dentro do hospital para protestar contra a decisão do governo regional (Comunidad de Madrid) de transformar o hospital num centro de alta especialização geriátrica.

Os trabalhadores cortaram o trânsito na rua, empunhando cartazes onde se lia «O hospital não está à venda». A ocupação começou às 11 horas da manhã e não tem final previsto. Os trabalhadores reuniram-se em assembleia pelas 14h30 e tencionam pedir ao director-geral dos Hospitais explicações sobre o futuro do hospital.

María José Osuna, sindicalista do Centro de CSIT Unión Profesional, sublinhou que os trabalhadores não foram informados acerca do seu futuro e de que o hospital seria reconvertido.  Souberam pelos jornais das intenções do governo, que pretende também conceder a privados todos os serviços não “sanitários” –(como cozinha, lavandaria, armazenamento, etc.) de todos os hospitais da Comunidad de Madrid. 

O anúncio da reconversão do Hospital de la Princesa foi feito anteontem, dia 31 de Outubro, pelo presidente da Comunidad de Madrid, Ignacio González, que disse querer racionalizar os recursos hospitalares da região, onde há 36 hospitais públicos.

O sindicato CSIT criticou a decisão de converter o Hospital de la Princesa num centro especializado em patalogias de “personas mayores”, declarando que é “inconcebível que este governo pretenda desmantelar e mudar a actividade deste hospital de referência em Madrid, reconhecido e premiado em especialidades como reumatologia, hematologia, dermatologia ou neurologia.

O Hospital de La Princesa tem mais de cem anos de história e conta com um total de 2.500 trabalhadores. Cerca de 350 profissionais eventuais poderão perder os seus postos de trabalho, mas são desconhecidos outros dados. Os trabalhadores acusam o governo e a administração de falta de transparência.

Ignacio González, presidente da Comunidad de Madrid, revelou à imprensa, dois dias atrás, que não vai ficar nem um hospital sob gestão pública. Um dos mais afectados por estas medidas é o La Princesa, que será obrigado a abandonar as suas 40 especialidades para se centrar unicamente na geriatria.

As mudanças que o presidente da Comunidad de Madrid pretende levar a cabo puseram em pé de guerra o pessoal médico que protestava hoje com cartazes onde lia: "Vende-se. O teu hospital. A tua dignidade. A tua Saúde!".

Ignacio González foi eleito presidente (interino) da Comunidad de Madrid, no passado dia 26 de Setembro, pela Assembleia de Madrid, após o anúncio de demissão de Esperanza Aguirre a 17 de Setembro, de que era  vice-presidente.

Desde 2003, é porta-voz do Executivo regional e, desde Fevereiro de 2009, conselheiro de Cultura e Desportos da Comunidad de Madrid, cargos que compagina com a presidência da empresa pública Canal de Isabel II que gere a água em Madrid, a vice-presidência do Comité Executivo da Ifema (centro de feiras madrileno), além de ser patrono do Teatro Real de Madrid.

Membro do Partido Popular de Madrid, Ignacio González desempenhou a função de secretário de Estado da Imigracão no Ministério do Interior, durante o último mandato de José María Aznar, entre 2002-2004.

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