Greve na CP: as razões dos trabalhadores
Foi total a adesão dos trabalhadores à greve da CP, no passado dia 1 de Dezembro. A greve às horas extraordinárias prolonga-se até 2 de Janeiro de 2013. Os trabalhadores protestam contra a redução para metade no pagamento de horas de extraordinárias, ou seja, 1,80 euros por hora em média, e contra a gestão danosa da CP. O Sindicato dos Maquinistas veio entretanto prestar esclarecimento à população sobre as verdadeiras causas da supressão de comboios, que atribuem a uma «guerra laboral» por parte da administração da empresa.
Vigília da restauração contra o IVA a 23%
Conforme tinha sido anunciado pelo Movimento Nacional Empresarial da Restauração (MNER), no dia 27 de Novembro de 2012 trabalhadores e empresários do sector da restauração uniram-se, junto à Assembleia da República, em Lisboa, para protestarem contra o IVA na restauração, que se encontra a 23%. Foi realizada uma vigília, durante toda a noite, que encerrou uma semana de protestos, iniciada no dia 19, com o Dia sem Restauração.
Nasceu um novo "jornal crítico": o Mapa
Saiu o número zero do «Mapa - Jornal de informação crítica», com uma tiragem de 3000 exemplares e distribuição gratuita, «para ler, partilhar, oferecer ou largar nos transportes públicos, nas escolas, nas feiras, nas manifestações, na cidade ou no campo». Este «projecto de comunicação que nasce em tempos de crise» quer ser uma alternativa à informação de massas, cujo principal objectivo é «a criação de uma cultura de medo e a fabricação de opiniões». Assim, «sob a forma de jornal, publicam-se e difundem-se notícias, reportagens, entrevistas, análises, fotografias e ilustrações que sejam um contributo para ultrapassar o tal sistema económico e social baseado no dinheiro, no poder, na dominação e na exploração». O número zero impresso é datado de Novembro/Dezembro 2012, mas o Mapa pode ser também consultado online em www.jornalcritico.info.
Uma semana de protestos
Manifestações da semana: moradores despejados na Amadora; doentes de esclerose múltipla no Porto; protesto da Polícia Judiciária; estudantes do superior em luta em Lisboa e Coimbra; vigília do Sindicato de Polícia; acções contra a violência contra as mulheres; milhares de manifestantes - em S. Bento e em Belém - contra o orçamento de Estado aprovado.
Estivadores europeus juntam-se à manifestação de dia 29 em Lisboa
Amanhã, dia 29/11/2012, o parlamento vota uma proposta governamental de novo regime jurídico do trabalho portuário. Os estivadores respondem com uma manifestação que arranca da Praça do Município, em Lisboa, às 13h, e segue em direcção ao parlamento.
Participam nesta manifestação centenas de estivadores vindos de Espanha, França, Dinamarca, Suécia e Bélgica.
Recordamos neste artigo algumas das razões que opõem os estivadores ao Governo, há mais de ano e meio.
Bombeiros profissionais protestam em Lisboa e marcam greve para dia 27 de Novembro
Cerca de mil bombeiros profissionais de todo o país manifestaram-se esta terça-feira, dia 20 de Novembro, em Lisboa para exigir ao Governo o reconhecimento da classe e para reivindicar o reforço de efectivos nas corporações profissionais. Com greve marcada para 27 de Novembro, rejeitam os cortes e o cancelamento dos ingressos e progressões na carreira. E alertam que “o socorro é deficiente” nalgumas cidades.
Demolições violentas a ocorrer na Amadora, Bairro de Santa Filomena
A Câmara Municipal da Amadora enviou hoje um batalhão policial para o Bairro de Santa Filomena e continua a desalojar para a rua sem qualquer alternativa para as famílias que aí vivem. No grupo hoje desalojado há pessoas idosas, há pessoas com problemas graves de saúde, há crianças. A Comissão de Moradores do Bairro e o Colectivo Habita condenam as demolições sem alternativas e vão denunciar e lutar contra o que consideram um atentado contra a vida humana. "A Câmara da Amadora mente quando diz que analisou e ofereceu alternativas às famílias. A única alternativa que ofereceu foi a rua, a bem ou a mal."
Movimento Empresarial anuncia «Dia sem Restauração»
O Movimento Nacional Empresarial da Restauração (MNER) vai avançar com uma Semana de Protesto de 19 a 27 Novembro 2012. A semana de protesto arranca com no dia 19 com o «Dia sem Restauração», na véspera do debate decisivo sobre o IVA na Restauração. Ao longo dessa semana o MNER e seus membros nacionais vão realizar centenas de acções de protesto. Considerando que o Orçamento de Estado (OE) ainda poderá ser alterado na especialidade, esta acção pretende alertar Governo e Deputados para a importância de se alterar a taxa de IVA na Restauração para o próximo ano. A Semana de Protesto termina dia 27 de Novembro, dia da votação final do OE.
Amnistia Internacional condena uso excessivo e desproporcional da força contra manifestantes
A Amnistia Internacional condena o uso excessivo e desproporcional da força por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP) contra manifestantes que pacificamente exerciam o seu legítimo direito de protesto, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, no decurso da greve geral de ontem, 14 de Novembro 2012. Com base em testemunhos recolhidos pela Amnistia Internacional Portugal e informação obtida junto de meios de comunicação social e através das redes sociais, a Amnistia Internacional pede ao Ministro da Administração Interna que ordene a abertura de um inquérito às circunstâncias em que decorreu a actuação das forças de segurança.
Protestos em Lisboa contra Merkel
Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, 12 de Novembro, em diversos pontos de Lisboa, para protestar contra a visita a Portugal da chanceler alemã, Angela Merkel. Os protestos dispersaram-se por diferentes manifestações, tendo Belém e São Bento como pontos de concentração maior. Toda a zona entre o Palácio de Belém e o Centro Cultural de Belém, onde decorria um encontro entre empresários portugueses e alemães, esteve vedada ao trânsito e à passagem de peões. Em Belém, ao fim da tarde, as barreiras de protecção acabaram por ser derrubadas, as forças policiais reforçaram posições e os manifestantes queimaram bonecos com a figura da Merkel vista como representante do nazismo alemão. Outras acções de protesto anteciparam a vinda da chanceler alemã, como a colocação de panos negros em várias estátuas de Lisboa e do Porto.
Trabalhadores do SEF iniciam greve às horas extraordinárias por tempo indeterminado
Os trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estão em greve às horas extraordinárias a partir desta terça-feira, 13 de Novembro. A greve deverá decorrer entre as 17, 30 horas e as 9 horas nos dias úteis, e entre as 0 horas e as 24 horas aos fins de semana e feriados. As razões para esta greve devem-se ao facto de que todos os funcionários de investigação e fiscalização do SEF prestam serviço, com elevada frequência, fora do horário de trabalho e, no entanto, não recebem qualquer remuneração por esse trabalho extraordinário realizado para além do horário normal de trabalho - exigindo pois a sua regulamentação.
Manifestação de militares contra a austeridade apela à participação de civis
Decorre hoje, sábado dia 10 de Novembro, uma manifestação de militares convocada por 3 associações profissionais: a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), a Associação Nacional de Sargentos (ANS) e a Associação de Praças (AP). O desfile tem início pelas 15 horas, na Praça do Município em Lisboa, passando depois pela Rua do Ouro e pelo Rossio, até aos Restauradores, onde haverá intervenções junto ao Monumento que simboliza a Restauração da Independência Nacional em 1640. O protesto apela também à participação de toda a população. “Seria uma honra para nós percebermos que os portugueses estão ao lado das suas Forças Armadas!", disse o Coronel Cracel, presidente da AOFA. "No essencial, a austeridade aplicada da forma injusta que todos conhecemos e sentimos, constitui o denominador comum causador do sentimento de revolta que se vai apoderando de todos, militares ou não militares!"
Vigília em defesa da Unidade de Oncologia no Hospital do Barreiro
Hoje, dia 9 de Novembro, a partir das 19h30, realiza-se uma vigília junto ao Hospital Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, promovida por um Movimento de Cidadania que recusa a destruição da Unidade Oncológica, exigindo a reposição imediata dos oncologistas que foram dispensados há meses e o financiamento adequado ao funcionamento do Hospital. No início do ano, eram cinco os oncologistas que trabalhavam neste serviço do Hospital do Barreiro; em Agosto passado eram apenas três. A situação mantém-se e o serviço de oncologia do Hospital do Barreiro encontra-se em risco de continuidade.
Greve na Caixa Geral de Depósitos contra privatização e OE 2013
Os funcionários da Caixa Geral de Depósitos (CGD) estiveram em greve esta sexta-feira, 2 de Novembro 2012. A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Grupo Caixa (STEC), como forma de protesto contra a privatização da instituição e a redução dos salários produzida pelo Orçamento de Estado 2013. A greve registou uma adesão massiva, com particular incidência na Empresa leader do Grupo, a CGD, segundo o sindicato. Cerca de 500 trabalhadores estiveram concentrados junto ao edifício-sede da empresa para protestar contra a perda de salários, o OE 2013 e a privatização e desmantelamento do banco público. O STEC vai promover no próximo dia 8 uma Conferência-Debate, cujo tema é «Vender a Caixa é vender Portugal», com a qual pretendem começar a sensibilizar a opinião pública para a importância crucial desta questão.
Polícias marcam manifestação no dia 6 e vigília entre 3 e 7 de Novembro
A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) vai protestar contra a falta de resolução de problemas que se arrastam desde 2010 e pelo fim das medidas de austeridade, na próxima terça-feira, dia 6 de Novembro, pelas 17h30 no Largo de Camões, em Lisboa. Na origem dos protestos estão os congelamentos das promoções, de suplementos e do subsídio de fardamento. O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) agendou também uma vigília permanente entre os dias 3 e 7 de Novembro, frente à Assembleia da República, caso não obtenha resposta do Primeiro-Ministro às questões colocadas acerca do Orçamento do Estado 2013.
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Editoriais
Mais desempregados, mais desobedientes
Neste artigo o MSE (Movimento Sem Emprego) procura mostrar a relação directa entre a crescente pobreza ou a falta de acesso a bens essenciais e a necessidade de avançar com formas de desobediência civil.
Editorial fundador
Decidimos avançar com um projecto experimental de comunicação – um jornal polimórfico (digital e em papel) que conta com a participação dos movimentos sociais para a produção e divulgação dos conteúdos informativos.
Objectivo inicial: tornar os movimentos e as lutas sociais mutuamente visíveis de norte a sul do país, quebrar a sensação de isolamento de muitos desses movimentos.
Ver o conjunto de princípios fundadores que orientam o nosso trabalho.
Quem somos
Como se diz no editorial fundador, quisemos criar um instrumento que favorecesse a visibilidade mútua dos movimentos sociais, e em particular nos trabalhadores organizados autonomamente (empregados ou desempregados); são eles o único sujeito legítimo das nossas notícias.
A nossa equipa de trabalho está ainda no seu início – contamos convosco para levar este jornal por diante.
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Internacional
Estudantes italianos voltaram à rua em várias cidades
Os estudantes italianos invadiram hoje, 15 de Fevereiro 2013, as ruas de algumas das principais cidades do país. Esta é a quarta manifestação de estudantes em Itália em apenas quatro meses. Desta vez, à revolta contra o impacto das medidas de austeridade no sector da educação, juntaram-se protestos contra a falta de alternativas políticas na corrida às eleições parlamentares, a terem lugar nos dias 24 e 25 de Fevereiro.
Berlim em protesto na Semana Verde Internacional
No contexto da Semana Verde Internacional, dezenas de milhares de pessoas mostraram a sua indignação com a política agrícola europeia, responsável, entre outras questões, pelo atraso do desenvolvimento dos países mais pobres. Como alternativa à agro-industrialização, os manifestantes propõem reformas que promovam as pequenas explorações agrícolas, privilegiando a qualidade dos alimentos e o respeito pelo meio-ambiente e pela biodiversidade.
Espanha: estudantes do ensino secundário público fazem greve por 3 dias contra a reforma educativa
Em Espanha, o Sindicato de Estudantes convocou três dias consecutivos de greve a partir desta terça-feira, 5 de Fevereiro 2013. No primeiro dia, a greve teve um apoio sem precedentes: 80% nas escolas e institutos públicos de ensino secundário. Os estudantes protestam contra a futura Lei Orgânica para a Melhoria da Qualidade Educativa (Lomce), que consideram uma «contra-reforma franquista», «segregadora» dos alunos e «privatizadora» do ensino de qualidade, e exigem a demissão do ministro da Educação e do Governo. Além da greve geral nas escolas públicas, estão previstas manifestações durante toda a semana, bem como protestos durante as tardes de quarta-feira e quinta-feira.
Atentados aos direitos humanos nos Centros de Internamento de Estrangeiros revoltam sociedade espanhola
O passado mês de Dezembro trouxe novo fôlego na duradoura luta de várias dezenas de organizações não-governamentais a favor do encerramento dos Centros de Internamento de Estrangeiros (CIE), em Espanha. As mortes de Idrissa Diallo e Samba Martínez, há cerca de um ano, despertaram a solidariedade de cerca de cem grupos ligados a causas humanitárias e sociais, que têm encetado uma luta contra a vigência destes centros de detenção, considerando-os ilegais e inconstitucionais, por violarem os direitos essenciais dos retidos. Os protestos e as jornadas de reflexão e sensibilização estão na base da acção contestatária dos movimentos, que exigem um novo regime de internamento que defenda e proteja os direitos dos imigrantes ilegais.
Onda de protestos cresce contra os despejos em Espanha
Desde há meses que muitas associações têm mostrado o seu descontentamento face à onda de desalojados que têm surgido em Espanha. A PAH (Plataforma de Afectados pelas Hipotecas) teve início já em 2009 e surgiram muitas associações a nível regional, fazendo várias campanhas de defesa do direito à habitação daqueles que, devido à crise, se vêem incapazes de pagar a hipoteca ou o aluguer de casa. Estas associações acusam também o governo de manobras para tirar da comunicação social os casos mais dramáticos de despejos, como os de famílias extremamente pobres.