por LA
Três dias depois de representantes sindicais da PSP e GNR terem admitido sair à rua em protesto, acusando o ministro da Administração Interna de não fomentar o diálogo com as polícias, Miguel Macedo respondeu anteontem que pretende manter os níveis de «estabilidade e confiança» com as forças de segurança. Isto porque as associações das forças armadas e forças de segurança ameaçaram sair à rua em protesto contra as novas medidas de austeridade.
Já há um ano, o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) das Forças Armadas (FA) deixava um aviso ao governo: «Que ninguém ouse pensar que as Forças Armadas poderão ser usadas na repressão à convulsão social que estas medidas poderão provocar», avisou António Lima Coelho.
Um ano depois, o presidente da ANS garante que mantém a mesma posição. «Infelizmente, as declarações que fiz na altura mantêm-se actuais. A única diferença é que hoje a situação é ainda mais grave», considera. «Assistimos, hoje, ao que seria impensável numa democracia: o desrespeito pela Constituição», diz o presidente da ANS. O coronel Manuel Cracel da Associação de Oficiais das Forças Armadas concorda e acrescenta que se os portugueses saírem à rua os militares não exercerão «qualquer tipo de repressão». «A obrigação das Forças Armadas é estar do lado da população, a quem juraram defender.»