por LA
Está marcado para sábado, 26 de Janeiro, um «Protesto anti-autoritário contra o capitalismo, fascismo e a repressão», em solidariedade com os «companheiros gregos e de todo o mundo». O protesto tem início no Saldanha, em Lisboa, pelas 14h30 e marcha para o Largo de Camões pelas 17 horas. Ao mesmo tempo que a manifestação de professores partirá do Marquês de Pombal, pelas 15 horas, descendo a Avenida até ao Rossio. O protesto anti-autoritário alerta para o reforço a nível mundial, nos últimos meses, dos «ataques contra os movimentos anti-autoritários».
«Desde os ataques às ocupações de terras e às acções de greve, ao despejo de espaços auto-geridos e de ocupações de empresas – todas as actividades que sejam susceptíveis de criar espaços libertados dentro deste sistema tendem a ser esmagados. Os nossos meios de contra-informação são censurados ou bloqueados. Quando saímos às ruas para expressar as nossas ideias, lá está a polícia à nossa espera...» – acusa este movimento informal e internacional para quem «a maior arma é a solidariedade».
O comunicado, divulgado na Internet, alerta para que «nas regiões do mundo onde o empobrecimento atinge directamente largas margens da sociedade, o Estado combate os movimentos anti-autoritários, que se formam para combater, na sua génese, a fome e a injustiça».
«Por todo o mundo, e nas últimas semanas especialmente na Grécia, os espaços e centros libertários são atacados com o objectivo de destruir a ideia de autogestão e defender o sistema que prevalece. Nos ataques mais recentes, o objectivo parece ser a destruição do movimento anti-autoritário, o desmantelamento dos lugares onde a resistência contra os poderosos e as alternativas são semeadas e produzem frutos». No caso da Grécia, «torna-se cada vez mais evidente a ligação do Estado aos grupos fascistas, que se tornaram uma ameaça mortal omnipresente para alguns de entre nós».
Em face desta situação, que faz vítimas e prisioneiros entre militantes libertários, anarquistas e esquerdistas, consideram que se «torna necessário conectar as nossas lutas globalmente». «Embora seja o ataque frontal do Estado grego contra o movimento anti-autoritário o que está na origem deste apelo, são inumeráveis os exemplos no mundo inteiro que mostram os ataques sistemáticos sobre os movimentos de resistência a este sistema que nos oprime e atira para a miséria – desde a repressão política dos activistas contra o TAV (Itália) e da ZAD (Zona A Defender, contra o novo aeroporto dos arredores de Nantes) à repressão dos movimentos indígenas, das repressões violentas de manifestações populares por toda a Europa (como na greve geral 14N) até ao ataque de estudantes do básico com gás lacrimogéneo em Braga».
Acrescentam ainda que «o aparelho estatal e policial opera e coopera de maneira transnacional e tem como objectivo a defesa dos interesses dos poderosos, na lógica da destruição das estruturas solidárias e da "pacificação" à força da sociedade, com todos os meios à sua disposição».
Assim, apelam a uma campanha de solidariedade e de resistência activa no mundo inteiro como resposta aos ataques contra o movimento antiautoritário em Atenas e todos os outros movimentos reprimidos. Por fim declaram: «Guerra à guerra dos poderosos!»
Note-se que, na semana passada, no dia 19 de Janeiro, foi realizado um protesto internacional, o Dia Europeu Antifascista, em solidariedade com o movimento antifascista grego que nesse dia fez uma manifestação contra o partido neonazi Aurora Dourada, contra os campos de concentração e pelos direitos de cidadania dos imigrantes. Este protesto decorreu em várias cidades europeias.