Festival Do Porto ou Fora Do Porto?

15-09-2012

«Aqui não se pode realizar este festival». Pela segunda vez, o festival FDP é alvo de censura. Depois de ter sido obrigado a mudar do local inicialmente previsto (o campo de jogos da associação ARCA, em Valongo), o festival estava novamente lançado com o apoio da Casa do Povo de Recarei. Mas os tentáculos do poder de Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto, estendem-se por todos os lados... No passado dia 7, a Câmara Municipal de Paredes informou que não passaria a licença de ruído, sem sequer dar justificações para tal.

O festival FDP, a realizar-se entre 21 e 23 de Setembro, será um fim-de-semana com música, teatro, artesanato, gastronomia, cinema e conversas, que quer apoiar quem luta por alterações profundas no modelo de organização humana, que recusa o medo e que dá combate à repressão, seja ela em forma de ataque policial ou de censura. Por isso mesmo, o FDP ganha mais força e importância e «nenhuma censura o poderá abafar».

Depois disto, é óbvio que o festival FDP vai mesmo realizar-se. Os organizadores solicitaram a solidariedade de toda a gente, oferecendo espaços onde se possa realizar. Desta vez, sem a necessidade de serem ao ar livre, mas com a condição de serem dentro da cidade do Porto. «Porque, se é daqui que sai a voz censória, é aqui que, agora, queremos fazer ouvir o nosso grito de liberdade». O festival realizar-se-á no espaço Casa Viva, na Praça Marquês de POmbal, 167 no Porto.

"Afinal o que é FDP? Juízes, advogados, doutores e engenheiros vêem três palavras juntas e definem um significado único e limitado. Mas a linguagem é uma fonte vasta de simbolismos mentais que têm correspondência com a realidade e a imaginação. Como exemplo disso surge o festival FDP, a realizar entre os dias 21 e 23 de Setembro", pode ler-se na descrição do evento.

A organização pretende que o Festival FDP seja "um fenómeno desobediente panteísta contra as falácias dos paradigmas", com direito a "concertos, comes e bebes, música gravada, convívio, animação, e diversas actividades (artesanato, jogos tradicionais, escalada, filmes, mostra de publicações, etc.)".

A receita dos bilhetes reverte para o apoio judicial aos detidos da Fontinha. 

 

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