Estudantes, militares e empresários protestam em São Bento

25-10-2012

A contestação não pára. No mesma quarta-feira, dia 24 de Outubro 2012, três protestos convergiram para a Assembleia da República. 

Pelas 14 horas, mais de uma de centena de estudantes do ensino secundário concentrou-se na praça Luís de Camões, seguindo depois em direcção à Assembleia da República, com palavras de ordem como: "Estamos fartos disto - Queremos Educação!", "O passe escolar não é para cortar" ou "A luta continua, os estudantes estão na rua". Os estudantes levavam faixas de protesto contra os cortes anunciados para o sector da educação, tal como "A escola dos pobres é a fábrica dos precários".

Os estudantes entregaram um documento e reivindicaram a manutenção do passe escolar, a anulação do novo estatuto do aluno, que implica multas por falta de material escolar, entre outras medidas, e a rejeição de exames nacionais com matéria de três anos. Exigiram ainda melhores condições materiais nas escolas e mais funcionários e professores.

Também nas Caldas da Rainha, cerca de uma centena de alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro estava ao início da manhã a manifestar-se contra os cortes na educação e novo estatuto do aluno. E de norte a sul do País, milhares de estudantes do Ensino Básico e Secundário saíram esta quarta-feira à rua gritando "Governo escuta, os estudantes estão em luta". 

Cerca de mil militares da GNR protestaram, também nesta quarta-feira, em Lisboa, para exigirem a resolução de problemas que se arrastam há algum tempo e manifestar o desacordo contra algumas medidas previstas no Orçamento do Estado para 2013, como a suspensão da passagem à reserva.

A manifestação começou às 17h30 nos Restauradores, em Lisboa, e terminou na Assembleia da República, tendo sido promovida pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e reunindo militares de todo o país. No início da manifestação, alguns manifestantes levam uma faixa a negro a dizer "Segurança pública exige profissionais motivados". Empunhando bandeiras da APG, os elementos da GNR gritaram palavras de ordem como "Passos escuta, a GNR está em luta" e "Horário sim, escravatura não".

O presidente da APG, César Nogueira, disse à agência Lusa que na origem dos protestos estão as promoções em atraso, pagamentos de retroactivos de Janeiro de 2010, relacionados com as tabelas remuneratórias, e a falta de um horário de trabalho, questões que "ainda não foram resolvidas". Por estes motivos, os militares da GNR sentem-se "duplamente prejudicados", já que a estes problemas se juntam as medidas de austeridade. 

Entretanto, lá dentro, o debate parlamentar sobre a redução do IVA na restauração para 13% acabou com os gritos de indignação dos empresários do sector. Vestidos com t-shirts com a frase ‘Baixar o IVA já’ escrita, alguns empresários exaltaram-se e gritaram para os deputados da maioria: "Tenham vergonha" e "abaixo PSD e CDS". As galerias do Hemiciclo foram evacuadas, por ordem da mesa da Assembleia da República. 

A sessão foi interrompida, depois dos empresários do sector da restauração terem sido advertidos, ao longo do debate, para não se manifestarem nas galerias. Sem êxito. A contestação prosseguiu fora de portas do Parlamento e a coligação vai chumbar amanhã os projectos do PCP, BE e Verdes, e a resolução do PS para baixar a taxa de IVA de 23 para 13 % no sector.

Fontes
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