Estudantes italianos voltaram à rua em várias cidades

15-02-2013

Os estudantes italianos invadiram hoje, 15 de Fevereiro 2013, as ruas de algumas das principais cidades do país. Esta é a quarta manifestação de estudantes em Itália em apenas quatro meses. Desta vez, à revolta contra o impacto das medidas de austeridade no sector da educação, juntaram-se protestos contra a falta de alternativas políticas na corrida às eleições parlamentares, a terem lugar nos dias 24 e 25 de Fevereiro.

O apelo à mobilização saiu de uma assembleia nacional com lugar em Bolonha, organizada pela rede de coletivos estudantis auto-organizados Studaut, defensora da reabilitação da escola pública no país e que se afirma como independente de qualquer entidade partidária e sindical."Não nos representa nenhum" foram as palavras de ordem que se espalharam esta manhã por Roma, Turim, Bolonha, Bergamo, Palermo e Pisa.

Muitos dos protestos dos jovens revelavam assim desilusão com as classes políticas e económicas italianas. "A alternativa é a luta, não as assembleias de voto", lia-se num cartaz em Turim. Só nesta cidade, tal como em Bergamo, saíram à rua cerca de duas centenas de estudantes. Mais a sul, em Bolonha, cerca de 300 estudantes do ensino secundário pediam: "não votem". Em Palermo foram queimados bonecos com as caras de Silvio Berlusconi, Mario Monti e Pier Luigi Bersani, os candidatos que estão, de acordo com as sondagens, melhor posicionados para vencer as eleições.

Ao longo do dia queimaram-se cartazes eleitorais e foram arremessados ovos contra a sede do Ministério da Educação e entidades bancárias. Também algumas sedes do Partito Democratico (com Bersani como cabeça de lista), do Il Popolo della Libertà (liderado por Berlusconi) e do Futuro e Libertà (partido da coligação Con Monti per l'Italia) foram vandalizadas. Não há conhecimento de confrontos com a polícia durante dia de hoje, ao contrário do que aconteceu nos últimos protestos contra as políticas educativas.

Os estudantes avisam que a luta é para continuar e que vão dar seguimento àquele a que já apelidaram de "Outono quente". Desde a grande manifestação de 12 de Outubro que os jovens italianos têm mantido acções contínuas de protesto contra as reformas na educação anunciados quer pelo governo de Silvio Berlusconi, quer pelo do ministro demissionário Mario Monti.

Algumas das medidas mais recentes incluem o aumento das propinas para os estudantes com insucesso escolar, dependendo dos rendimentos familiares. Mas se Mario Monti procurou estabelecer um sistema de ensino baseado na meritocracia, o próximo governo, seja qual for o partido de maioria, terá de prosseguir com algumas destas regras graças a um compromisso estabelecido com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

Segundo os dados estatísticos da organização internacional, em Itália apenas 19% dos jovens entre 30 e 34 anos têm uma licenciatura, contra os 30% da média europeia. De acordo com a Euronews, só nos últimos dez anos o número de estudantes inscritos no ensino superior diminuiu em 17%.

Fontes

#15Feb Mobilitazione Nazionale Studentesca: facebook

www.studaut.it

Lettera 43: Scuola, cortei degli studenti in tutta Italia

15 febbraio :studenti in lotta invadono Capua!: facebook

Contropiano: Ocse all'Italia: “aumentate tasse universitarie”. Studenti in piazza

Euronews: Universidades italianas, a crise e as eleições

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